AÇÃO DO HOMEM NO MUNDO
Preparação
Quando penso na ação do homem no mundo
Eu vejo...
Eu ouço...
Eu sinto...
Coloquei o público, como Homem. Agressor.
Inclui todos na cena ao dar uma ação repetitiva. Essa ação era jogar uma bexiga cheia de água no ator-mundo em cena. Arrebentar a bexiga de água no ator. O homem agindo no mundo.
A revelação, a crueldade de cada um.
O local escolhido foi embaixo de uma árvore, e assim que a água caia no chão, sentia-se o cheiro de terra molhada.
Composição
O público entrava para ver a cena ao sair do prédio. Nessa entrada uma atriz com uma bacia coberta pedia para cada um colocar a mão na bacia e falava:
“Antes de entrar escolha seu mundo... sou o mundo de mim mesmo, se eu quero sair do mundo, quero sair de mim, para sair de mim devo encontrar a morte”
Cada um colocava a mão na bacia sem saber o que havia dentro, uma sensação de dentro... Viscoso.
Cada um escolhia sua bexiga-mundo, e provocados pela atriz que carregava os mundos atiravam as bexigas, ou não, segundo o seu desejo.
Enquanto atiravam as bexigas em mim eu cantarolava uma música e fazia uma ação de me lavar, inicialmente sem água, que foi crescendo em velocidade e tamanho.
Demorou para que a primeira bexiga estourasse, enquanto isso eu recebia as pancadas, intensas, que eram delatadas pela minha voz, única e exclusivamente pelo recebimento da ação.
Quando a primeira bexiga estourou, ou seja, se concretizou a ação, os ânimos se alteraram, e o desejo de jogar a bexiga (agressão) aumentou. À medida que esse êxtase agressivo cresceu uma grande ventania tomou a cena e a finalizou. O mundo respondeu à ação do homem.
Na cena queria despertar a ira e violência sem deixar de lado o lúdico e tinha que ter o elemento água...
Resolvi com balões. Balões cheios de água!
Eles seriam e foram atirados em mim pelo público estimulado por uma das atrizes. Estava em casa preparando a cena, ou seja, enchendo os bexigas e comecei a pirar no formato, vi uma dança fantástica. Auxiliada, estimulada e provocada pelo Leo, aqui está o “resultado”...
AÇÃO DO MUNDO SOBRE O HOMEM
Preparação/ Composição
Quando penso ação do mundo sobre o homem
Eu vejo...
Eu ouço...
Eu sinto...
Coloquei aqui mais o mundo como um receptor do que condutor. Alguém que reage, mais do que age.
Uma rosa para representar o mundo. A rosa revelada com muitos alfinetes espetados em suas pétalas. “Os espinhos estão dentro da rosa”.
O local da cena foi uma escada. Com dois lances. Nessa escada muitas conchinhas espalhadas. Nessa escada uma atriz que repetia a fala “eu recolho as migalhas” ao recolher as conchas e criar uma música com elas.
O público ficava no pé da escada. No chão, paninhos vermelhos formando desenhos feitos com alfinetes. Coloquei o público com a possibilidade de agir, dando dois substratos, antes de entrar entreguei um retalho vermelho e ao longo da cena alfinetes foram atirados de forma repetitiva para eles.
Os alfinetes como ferramenta de ação. Algo que possibilite a criação, mas também algo que entra agudo e pontual.
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