domingo, 23 de novembro de 2008

COMPOSIÇÃO 02 - Graziela

AÇÃO DO HOMEM NO MUNDO

 

Preparação

Quando penso na ação do homem no mundo

Eu vejo...

Eu ouço...

Eu sinto...

Coloquei o público, como Homem. Agressor.

Inclui todos na cena ao dar uma ação repetitiva. Essa ação era jogar uma bexiga cheia de água no ator-mundo em cena. Arrebentar a bexiga de água no ator. O homem agindo no mundo.

A revelação, a crueldade de cada um.

O local escolhido foi embaixo de uma árvore, e assim que a água caia no chão, sentia-se o cheiro de terra molhada.

Composição

O público entrava para ver a cena ao sair do prédio. Nessa entrada uma atriz com uma bacia coberta pedia para cada um colocar a mão na bacia e falava:

Antes de entrar escolha seu mundo... sou o mundo de mim mesmo, se eu quero sair do mundo, quero sair de mim, para sair de mim devo encontrar a morte”

Cada um colocava a mão na bacia sem saber o que havia dentro, uma sensação de dentro... Viscoso.

Cada um escolhia sua bexiga-mundo, e provocados pela atriz que carregava os mundos atiravam as bexigas, ou não, segundo o seu desejo.

Enquanto atiravam as bexigas em mim eu cantarolava uma música e fazia uma ação de me lavar, inicialmente sem água, que foi crescendo em velocidade e tamanho.

Demorou para que a primeira bexiga estourasse, enquanto isso eu recebia as pancadas, intensas, que eram delatadas pela minha voz, única e exclusivamente pelo recebimento da ação. 

Quando a primeira bexiga estourou, ou seja, se concretizou a ação, os ânimos se alteraram, e o desejo de jogar a bexiga (agressão) aumentou. À medida que esse êxtase agressivo cresceu uma grande ventania tomou a cena e a finalizou. O mundo respondeu à ação do homem.  


Abaixo uma conseqüência da minha composição, um adendo, algo que extrapolou.
Na cena queria despertar a ira e violência sem deixar de lado o lúdico e tinha que ter o elemento água...
Resolvi com balões. Balões cheios de água!
Eles seriam e foram atirados em mim pelo público estimulado por uma das atrizes. Estava em casa preparando a cena, ou seja, enchendo os bexigas e comecei a pirar no formato, vi uma dança fantástica. Auxiliada, estimulada e provocada pelo Leo, aqui está o “resultado”...




AÇÃO DO MUNDO SOBRE O HOMEM

 

Preparação/ Composição

Quando penso ação do mundo sobre o homem

Eu vejo... 

Eu ouço... 

Eu sinto...

Coloquei aqui mais o mundo como um receptor do que condutor. Alguém que reage, mais do que age.

Uma rosa para representar o mundo. A rosa revelada com muitos alfinetes espetados em suas pétalas. “Os espinhos estão dentro da rosa”.

O local da cena foi uma escada. Com dois lances. Nessa escada muitas conchinhas espalhadas. Nessa escada uma atriz que repetia a fala “eu recolho as migalhas” ao recolher as conchas e criar uma música com elas.

O público ficava no pé da escada. No chão, paninhos vermelhos formando desenhos feitos com alfinetes. Coloquei o público com a possibilidade de agir, dando dois substratos, antes de entrar entreguei um retalho vermelho e ao longo da cena alfinetes foram atirados de forma repetitiva para eles.

Os alfinetes como ferramenta de ação. Algo que possibilite a criação, mas também algo que entra agudo e pontual.

Nenhum comentário: