Para a minha primeira composição escolhi dois depoimentos, ambos foram recolhidos na AV. Paulista em frente ao hospital Santa Catarina:
Uma jovem lamenta:
- “a vida é tédio ou necessidade”
- a falta de algo que move a vida
- a vida consiste na busca da satisfação, sem busca não há sentido.
Uma senhora lamenta:
- num país rico como esse, não sou feliz com meu semelhante dormindo na rua.
- lamento tudo. Eu sofro pelas faltas de cuidado com a saúde. Eu sou humana.
Escolhi estas frases porque de certa forma elas conversaram durante a intervenção... Diante da resposta da jovem do primeiro depoimento, a senhora comentou ser egoísmo o pensamento da jovem.
- Isso é egoísmo. – Dizia a senhora para mim.
Na cena, brinquei com as frases, falando e repetindo os lamentos das duas e o comentário da senhora em ordem aleatória enquanto, na ação, toda vez que olhava no olho mágico minha mão tapava a visão e não via nada. A música era repetitiva, um trecho específico: “eu não sou eu, nem sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio...” da Adriana Calcanhoto musicando um poema de Mario de Sá Carneiro.
Na execução da composição faltou trabalhar o tempo da cena, o ritmo da cena, a aceleração das ações, da desconstrução do texto e da movimentação...
terça-feira, 18 de novembro de 2008
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